Vinho Seco e o Amor no Bolso.

Direitos autorais: Larissa Tezolin

Noite fria de dezembro, querida Mariana como as coisas estão difíceis, os carros nas ruas não são os mesmos, as crianças na rua não brincam, o telefone não toca mais.O deserto se tornou real e a felicidade Dó Lar...As paredes se enclinam, as pessoas giram, nada de normal...são os vendavais.
Gingados políticos no carnaval, a chuva trouxe o que chamamos de poeira, que num certo lugar dá coçeira, parece uma lasca no dedo.Não, não dói, mas deixa-o vermelho.
No cinema os flashes do romance sem fim.Pra quê ? Se com seu edredom você não larga a TV.
Aiii... A taça de vinho quebrou. tsc tsc tsc...Não, não fez barulho. O som de uma pétala caindo.
E o nosso jantar? O banquete? As velas?

Ahhh Mariana, você não esquece nenhum detalhe.

As delicadas sacanagens faz-se nas escadas tortas.Sem direção apenas seguindo os degraus.
Contudo, o copo se desfez, o líquido a toalha o sugou.Não só ele como aquele sangue frio, seco.Coágulo na pele.
Parece que entraremos no verão.Como que, aquele calor que unifica os corações não se faz presente, mas o "p" assado deixa rastros daquele amor defumado. Felicidades, hoje é Natal. E nem se quer tive a oportunidade de saborear a mesa, a decoração, a seda, compartilhar o longo caminho que se dá ao abrir um botão.
O vinho que era pra ser doce, o traguei seco. O calafrio do inverno que era para ser sentido se tornou o suspiro do outono.
Brindemos!! A quem? A mim, oras. E... a primeira manhã de verão.
O novo dia irá raiar, quem sabe amanhã outro amor irá de chocar.
Amor, é o humor mais misterioso que não vejo em suas gargalhadas.É o predicativo do meu sujeito que não cabe como seu adjetivo.
Grande demais para você, pequenininha demais para mim.
Sei que não há no mundo quem possa te dizer que não é tua a Lua que eu te dei...Pra brilhar.

Por onde você for me queira bem, durma bem...Meu Amor...